Este artigo é indicado para pessoas que desejam iniciar sua trajetória com gestão de tráfego pago e por isso contém informações básicas sobre o assunto. Boa leitura!
TL;DR
O texto fornece informações básicas sobre a gestão tráfego pago, explicando que é a compra de visitas ou espaço publicitário na internet para promover uma marca ou produto. Destaca que o tráfego pago na internet oferece vantagens em relação às mídias tradicionais, como a possibilidade de mensuração de dados, baixa barreira de entrada e maior controle sobre o investimento. Também menciona as diferentes fontes de tráfego, como anúncios, e-mail, tráfego de referência, orgânico e direto. Além disso, aborda a diferença entre tráfego pago e orgânico, bem como oportunidades de carreira na área.
O que é tráfego pago, afinal?
Imaginemos uma loja física (comércio) no centro da sua cidade e que por ela passem diariamente várias pessoas que estão fazendo compras, passeando ou a caminho de algum compromisso.
Essas pessoas podem ser consideradas como “tráfego” (palavra que remete à circulação, movimentação ou fluxo – normalmente de veículos, mas que pode ser atribuída a outras coisas/pessoas) e portanto, podemos dizer que existe um certo tráfego de pessoas que passam em frente a esta loja diariamente.
Podemos dividir este tráfego de pessoas em três partes/grupos.
Uma parte pode nem saber da existência da sua loja (apesar de passar por ela).
Outra parte pode até saber mas não se interessar pelos produtos ou serviços (de maneira geral ou apenas naquele momento).
Por fim, uma outra parte pode conhecer a loja/marca e de fato possuir interesse por seus produtos.
Todas essas pessoas passam em frente a esta loja gratuitamente, de uma certa maneira, pois a proprietária da loja não paga nada para que estas pessoas passem ali e (talvez) vejam sua vitrine.
As pessoas simplesmente passam por vários motivos.
Agora, imagine se a loja resolvesse pagar R$5 para que as pessoas apenas entrassem, sem necessidade de comprar nada, apenas para entrar e ver o que a loja tem a oferecer.
Dessa forma, podemos afirmar que a loja estaria “comprando” tráfego, para gerar mais movimento em sua loja e possivelmente aumentar suas vendas, correto?
O termo “tráfego pago” faz mais sentido agora? Espero que sim.
Tá, mas na internet é a mesma coisa?
Basicamente, sim.
Todos nós acessamos a internet e visitamos vários sites e aplicativos.
Por trás de cada tela existe uma pessoa (tá, tem bots circulando pela internet também rs) e todo o conjunto de pessoas (e bots) navegando (circulando) na internet é considerado como tráfego.
Desta maneira, o “tráfego pago” na internet nada mais é do que uma forma de comprar mais visitas (e outras coisas) de usuários na internet para que conheçam sua marca/produto.
É a mesma lógica da loja física.
No fundo, estamos falando sempre de pessoas, tanto no mundo físico quanto no mundo digital.
O que posso comprar além de visitas, então?
Como dito acima, quando falamos em tráfego pago, não necessariamente estamos falando em comprar visitas para um site ou aplicativo.
Tráfego pago nada mais é do que compra de mídia, compra de espaço publicitário, como sempre existiu no mundo físico, só que no mundo digital.
Outdoor? Compra de mídia.
Anúncio no jornal? Compra de mídia.
Anúncio na TV? Compra de mídia.
Páginas amarelas? Compra de mídia.
Antes do termo “gestor de tráfego pago” se popularizar nos últimos anos, profissionais que trabalhavam com compra de mídia eram chamados – normalmente – de profissionais de mídia (com algumas possíveis diferenças nas funções).
Atualmente você pode encontrar termos como “Analista de mídia”, “Gestor de Performance”, “Media Buyer”*, “PPC Analyst”* e “SEM Analyst”* para identificar estes profissionais que atuam mais no mercado digital (*termos em inglês).
Sendo assim, além das visitas propriamente ditas, um gestor de tráfego pago pode comprar – ou melhor, alugar – espaços publicitários tendo em vista diferentes objetivos.
Alguns deles são: fortalecer a marca na mente dos consumidores, criar relacionamento e senso de identidade com seu público, anunciar lançamentos de novos produtos e serviços, dentre outros.
São várias opções e não somente a compra de “visitas”, como no exemplo da loja física falado anteriormente.
Vantagens do Tráfego Pago na internet comparado às mídias “offline” (mundo físico)
As principais vantagens da compra de mídia (tráfego pago) na internet em relação às mídias tradicionais (jornais, televisão, outdoors, panfletos, rádio, revistas) são:
- Mensuração de dados: nas mídias digitais é possível obter dados de interação dos usuários, facilitando a tomada de decisão ao saber o que está funcionando e o que não está;
- Barreira de entrada baixa: é possível começar com muito pouco investimento na internet, sem grandes riscos (comparado a alugar um outdoor por certo período ou pagar um anúncio em TV);
- Controle: você tem um controle maior do quanto vai gastar e de qual público vai atingir, melhorando o custo-benefício da mídia online;
Tipos de tráfego na internet
Se você tem um site, por exemplo, você certamente tem visitantes de diferentes origens.
Isto é, cada pessoa pode chegar até seu site vindo de um lugar diferente.
Essas origens também são conhecidas como fontes de tráfego.
Algumas delas são:
- Anúncios (de pesquisa, redes sociais, nativos);
- E-mail (pessoas que clicaram em um link dentro de um e-mail e foram para seu site);
- Tráfego de referência (links do seu site que estão em outros sites);
- Orgânico (oriundo dos mecanismos de busca);
- Direto (quando o usuário digita seu site direto no navegador);
Tráfego Pago e Orgânico
Uma dúvida muito comum de quem está entrando na área é sobre a diferença entre estes dois tipos de tráfego (nem tudo o que é tráfego “não-pago” é tráfego orgânico).
O tráfego orgânico é aquele que chega através de mecanismos de busca sem que você tenha que pagar diretamente por ele.
Um bom exemplo são os resultados de busca no Google (que não sejam anúncios pagos).
A imagem abaixo mostra os primeiros resultados de uma busca por “geladeira brastemp”.
A marcação em vermelho mostra o primeiro resultado orgânico. Os resultados antes dele são todos anúncios (como sinalizados através do “Ad” ou “Anúncio”, dependendo do idioma do seu navegador).
Adquirir bastante tráfego orgânico é o sonho de todo negócio, mas é necessário esforço e trabalho para posicionar seu site nas primeiras posições.
A este trabalho se dá o nome de SEO (sigla em inglês “Search Engine Optimization”), que na tradução significa Otimização para Mecanismos de Busca.
Curiosidade: quando surgiu o tráfego pago na internet?
De acordo com o post “História da propaganda online” feito pelo Hubspot (link), o primeiro anúncio veiculado online foi na forma de um banner na publicação americana Wired, em Outubro de 1994.
Este anúncio custou uma bagatela de $30,000 e foi um anúncio da empresa de comunicação e tecnologia AT&T.
E já naquela época, Craig Kanarick, um dos responsáveis pelo anúncio, já nos ensinava uma grande lição.
Ele não quis vender nada para as pessoas através do anúncio, apenas recompensá-las por clicarem no anúncio, fornecendo informações relevantes.
Caso queira, você pode ver a página de destino (landing page) do anúncio aqui: http://www.thefirstbannerad.com/youdid.html.
Claro que alguns anúncios são feitos para vender e todos estão corretos, desde que respeitem o momento da jornada de compra dos clientes/usuários.
Depois de 1994, algumas empresas foram surgindo, adicionando novas tecnologias de rastreamento de usuários (do inglês “tracking” ou seu termo abrasileirado “traqueamento”) para reportar resultados, veio a era dos pop-ups (quem é mais velho lembra rs), e em 2000 surgiu o Google Adwords (Wikipedia).
Recomendo dar uma olhada nos dois links para entender um pouco da evolução dos anúncios online, pois acredito que conhecendo melhor o passado e como tudo evoluiu, você pode ter uma visão melhor do que está por vir.
Quais empresas que precisam de serviços de tráfego?
Notícia boa: basicamente toda empresa precisa de serviços de tráfego, porque tráfego significa mais visibilidade, novos clientes e mais faturamento.
Notícia ruim: nem toda empresa sabe que precisa disso e de fato pesquisará por profissionais e agências de marketing.
Frases como “ou seu negócio está na internet ou ele está fadado a sumir”, e “quem não é visto, não é lembrado” mostram o quão importante – e quase indispensável – é o tráfego atualmente.
Os tipos de serviço necessários diferem de empresa para empresa (leads, e-commerce, informações), mas a necessidade da internet é uma constante para todos.
Mas o que faz um gestor de tráfego pago, então?
Dependendo de onde você for trabalhar, seu escopo pode ser diferente e englobar muitas coisas.
Mas, geralmente, um gestor de tráfego pago é responsável por gerenciar o orçamento do cliente de maneira a maximizar os resultados desejados.
Isso envolve a escolha de canais, assessoria na montagem da campanha e oferta (às vezes será você que fará isso tudo, às vezes o cliente, as vezes os dois), configuração e lançamento de campanhas, otimização, coleta de dados, análise de resultados e feedback da performance através de relatórios.
Além disso, para que os resultados sejam coletados corretamente, é necessário que o rastreamento/traqueamento das ações feitas no site (ou app) do cliente esteja funcionando corretamente.
Portanto, é também função do gestor de tráfego pago gerenciar o tracking e ter certeza de que as ações mais relevantes estão sendo contabilizadas e atribuídas corretamente a cada canal.
E cá entre nós, essa parte pode ser um pouco complicada, em que muita gente falha por não querer aprender um pouco mais das tecnologias e como implementar um bom tracking.
Habilidades para ser um bom gestor de tráfego
Algumas das principais habilidades que eu julgo importante:
- análise de dados para interpretar resultados através de métricas das campanhas
- negócios e estratégia para entender o comportamento de consumo do segmento em que seu cliente está
- organização para gerenciar múltiplos clientes e fluxos de trabalho
- domínio das ferramentas que não só facilitarão o seu dia-a-dia mas que também potencializarão o resultado entregue ao cliente
- tecnologia e programação para te ajudar com a implantação de tracking e tags
- criatividade para criar anúncios e textos persuasivos, mesmo que com ajuda de softwares de IA
- comunicação para relacionar-se com colegas de trabalho e clientes de forma adequada e para saber mostrar resultados
- flexibilidade para se adaptar rapidamente às mudanças constantes do mercado
- curiosidade para entender e aprender sobre os nuances das plataformas, tipos de campanhas e funcionamento técnico das plataformas
- espírito de aprendiz para nunca achar que já sabe tudo e continuar sempre a se desenvolver
- inglês para estudar conteúdos do mundo todo e “direto das fontes”, além de abrir portas para trabalhos fora do Brasil
Em quanto tempo posso me tornar um(a) gestor(a) de tráfego, saindo do zero?
Isso dependerá da sua frequência de estudos e experiência adquirida.
Eu chutaria pelo menos uns 6 meses de estudos e primeiras experiências para começar a ter relevância, mas é um processo de evolução constante, na verdade, pois tudo evolui o tempo todo e muito rápido.
Existe diploma de Gestor de Tráfego?
Até onde eu sei não existe diploma, mas existem algumas certificações no mercado que acho válido possuir para transmitir confiança aos seus clientes.
As certificações mais conhecidas são as do Google Ads.
E o melhor é que são gratuitas 🙂
Nesta publicação do Google Ads você encontra tudo sobre como se certificar.
Além das certificações Google, existem outras interessantes também do Hubspot, Meta.
Você pode ver algumas interessantes aqui neste link.
Vale ressaltar que as certificações do Facebook Ads são pagas mas você pode estudar o conteúdo de graça!
Recomendações de livros, cursos, sites e fontes de estudo
Existem inúmeros cursos, livros e sites que falam sobre gestão de tráfego, portanto seria difícil listar tudo aqui (até porque eu nem conseguiria), mas vou colocar alguns que eu já consumi/estudei/participei.
Aliás, acho importante sempre um pouco de ceticismo ao consumir qualquer conteúdo, pois hoje em dia qualquer um fala o que quer na internet e muitas vezes ensinam coisas erradas.
Infelizmente, somente depois de um tempo de estrada é que você adquire um olhar crítico e consegue separar o joio do trigo.
Livros do Philip Kotler e Seth Godin certamente te colocarão em uma boa posição para entender mais sobre comportamento e consumo, marketing e vendas.
Depois temos livros sobre os mais variados tópicos que podem te ajudar, tais como: copywriting, persuação, negócios, e-commerce, etc.
Recomendo pesquisar livros em inglês também sobre “Advertising”, pois tem muita coisa boa.
Aliás, tem um livro que comprei do Russel Brunson chamado Traffic Secrets (os segredos do tráfego) que gostei bastante e fiz vários resumos traduzidos para um grupo de seguidores. Você pode encontrá-los aqui para baixar gratuitamente.
Antes de comprar algum livro, pesquise no Youtube resumos destes livros para entender sobre o que se trata e leia avaliações na Amazon pois costumam ajudar na decisão de compra.
Especialistas no assunto
Certamente existem milhares de especialistas por aí e não dá pra citar todos, mas alguns que eu já consumi conteúdo e gostei/recomendo são: Pedro Sobral, Thiago Tessman, Estevão Soares, Diego Santana e outros que agora não me lembro o nome.
Mas sempre vejo vídeos aleatórios de brasileiros e gringos sobre estratégias e dicas, não costumo me apegar muito a ninguém específico pois acredito que isso limita a visão como profissional.
Sites/Blogs
Minha memória não é lá das melhores, mas costumo dar uma olhada em sites como Search Engine Journal, o blog do Google, Meio e Mensagem e outros.
Dá uma olhada nesse post aqui da Rock Content que tem alguns bacanas também!
Eventos e Comunidades
Eventos presenciais e online são organizados por instituições de ensino, influenciadores, empresas e grandes agências que são válidos para aprender, fazer networking e conhecer novas ferramentas e estratégias.
E, por fim e não menos importante, participe de grupos no Facebook, whatsapp e fóruns para conhecer profissionais e aprender com os conteúdos postados nesses lugares, pois costumam fornecer insights e aprendizados valiosos.
O mercado de gestão de tráfego pago está saturado?
Para quem já está há um tempinho no mercado, é fato que houve um crescimento/popularização significativos nos últimos anos, mas isso só faz bem ao mercado e não o “satura”, como muitos falam.
Não vejo isso acontecer nos próximos anos, porque o mercado só cresce (ao mesmo tempo que novos profissionais são formados, novos negócios também entram na internet e precisam dos serviços de tráfego).
Mas é claro que com sua popularização a concorrência aumenta e o nível como um todo é elevado, portanto você precisa se aprimorar constantemente, agregando diferentes habilidades em seu leque de serviços.
A inteligência artificial está avançando a todo vapor e ela pode tomar alguns lugares de profissionais que não possuem uma gama de habilidades variada.
Vale a pena ser gestor de tráfego em 2024?
Sem dúvida.
Como eu já disse, com o crescimento do mercado a busca por profissionais aumenta mas o nível também, então é preciso se especializar e estudar para se destacar no mercado.
Portanto a resposta é: sim, vale a pena iniciar uma carreira de gestor de tráfego em 2024. Aos poucos você vai se aprimorando e se tornando um profissional (analista/gestor) cada vez melhor.
Como conseguir os primeiros clientes de tráfego?
Sinceramente não tenho nenhum plano mirabolante para sugerir, mas existem vários produtores de conteúdo com métodos de prospecção de clientes que parecem interessantes.
O que eu posso falar é como eu faria (e fiz): através de plataformas de freelancing, tais como 99freelas, upwork e workana.
Hoje em dia existem inúmeras plataformas (dá uma olhada neste post da RockContent que tem bastante informação relevante sobre as plataformas).
Além disso tem grupos em redes sociais e fóruns que você pode fazer seu pitch para conquistar seu primeiro cliente, utilizando estratégias de “pesca em balde” e através da ajuda para outros membros do grupo.
Salários, vagas, carreira e oportunidades
De acordo com o Glassdoor, no Brasil o salário de um analista de mídia (profissional de gestão de tráfego) está na média de R$3.500. Mas média é média né?
Você pode encontrar pessoas ganhando menos e pessoas ganhando mais.
Já vi várias pessoas com uma carteira de clientes enxuta faturando R$10 mil por mês.
Para você que pretende iniciar nessa carreira, uma boa forma de começar é trabalhando em uma agência, onde normalmente haverão outros profissionais mais sêniores que poderão te ensinar bastante.
Além de que, em uma agência, você tem a oportunidade de trabalhar com inúmeros clientes de diversos segmentos do mercado, que te proporcionam experiência.
Já dentro da área, você pode começar a aprender e agregar habilidades diferentes que vão te destacar, tais como: SEO, Growth Marketing, Análise de Dados, Visualização de Dados.
Você pode encontrar vagas em sites como Linkedin, Remotar, Indeed, Vagas, Catho, Google (ele te mostra várias vagas de sites diferentes), etc.
Pergunte para as ferramentas de IA que elas te mostram!
Dica: não pesquise só pelo termo “gestão de tráfego”. Pesquise também “analista de marketing”, “analista de mídia”, “analista performance”, “media buyer”, etc.
Considerações finais
Espero que este post tenha te ajudado a ter uma visão geral do que é o mercado e a profissão de gestão de tráfego pago.
Caso tenha alguma pergunta ou sugestão, entre em contato comigo! Será um prazer te ouvir.
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